"Os animais de estimação geralmente tem um impacto profundamente positivo na vida de autistas, oferecendo benefícios emocionais, sensoriais, sociais e até cognitivos. Muitas pessoas no espectro relatam que a conexão com animais é mais fácil e mais significativa do que com humanos, devido à comunicação não-verbal e à ausência de julgamentos. Aqui estão algumas das principais importâncias dos pets para autistas":
1. Companhia sem Exigências Sociais
Animais não exigem contato visual, conversas complexas ou interpretação de linguagem corporal, o que reduz a ansiedade social.
Eles oferecem amor incondicional, sem críticas ou expectativas impossíveis de cumprir.
2. Apoio Emocional e Redução da Ansiedade
Acariciar um animal libera ocitocina (hormônio do bem-estar) e reduz o cortisol (hormônio do estresse).
A rotina de cuidar de um pet (alimentar, passear) pode trazer segurança e previsibilidade.
Muitos autistas usam animais como "âncoras emocionais" durante crises de ansiedade ou meltdowns.
3. Estímulo Sensorial Seguro
A textura do pelo, o calor corporal do animal ou até a pressão de um cachorro deitado no colo podem ter um efeito calmante (semelhante a um cobertor de peso).
Para crianças ou adultos com hipersensibilidade tátil, alguns animais (como gatos de pelagem macia ou cães tranquilos) podem ajudar na dessensibilização gradual.
4. Facilitação da Comunicação e Interação Social
Animais podem ser pontes sociais – por exemplo, uma criança autista que evita falar com pessoas pode começar a conversar sobre seu cachorro.
Cães de terapia são frequentemente usados para encorajar a fala e o contato visual em sessões de terapia.
5. Desenvolvimento de Habilidades e Rotinas
Cuidar de um pet ensina responsabilidade, organização e empatia de forma concreta (ex.: "Meu gato mia quando está com fome → ele tem sentimentos como os meus").
Passear com um cão pode incentivar exercício físico e até interações breves com outras pessoas (ex.: vizinhos que elogiam o animal).
6. Redução de Comportamentos Repetitivos e Autoestimulação
Alguns autistas direcionam naturalmente stims (autoestimulações) para interações com animais, como balançar uma corda para o gato ou alisar o pelo do cachorro repetidamente.
7. Animais como "Amigos Previsíveis"
Diferente de pessoas, os comportamentos dos animais são mais consistentes e fáceis de interpretar (ex.: um cachorro abana o rabo quando feliz), o que gera confiança.
Quais Animais São Mais Indicados?
Cães: Ótimos para companhia e estímulo à rotina, especialmente raças calmas como Golden Retriever ou Labrador (mas depende do indivíduo).
Gatos: Independentes e menos demandantes, ideais para quem prefere menos barulho e interação.
Peixes ou Répteis: Boa opção para quem busca estímulo visual sem contato físico.
Cavalos: Equoterapia é usada para melhorar coordenação motora e autoestima.
Cuidados a Considerar
Sensibilidades: Alguns autistas podem se incomodar com latidos, cheiros ou pelos. É importante escolher um animal compatível.
Responsabilidade: Se a pessoa tem dificuldade com rotinas, um pet de baixa manutenção (como um peixe) pode ser melhor.
Direitos Legais: Em alguns países, cães de apoio emocional para autistas têm acesso permitido em locais públicos.
Relato Comovente
Muitos autistas descrevem seus animais como "a única forma de amor que não dói" – uma relação sem máscaras, cobranças ou sobrecarga sensorial. Seja um hamster ou um cachorro, essa conexão pode ser transformadora.
1. Benefícios Emocionais e Redução da Ansiedade
Estudos mostram que a interação com animais diminui o cortisol (hormônio do estresse) e aumenta a ocitocina (hormônio do vínculo afetivo):
Um estudo da Universidade de Purdue (EUA, 2019) analisou crianças autistas que brincavam com cães por 10 minutos e observou uma redução significativa nos níveis de estresse, medida por amostras de saliva (Beetz et al., 2019).
Fonte: Beetz, A. et al. (2019). The Effect of Contact with Dogs on Cortisol Levels in Children with Autism Spectrum Disorder. Journal of Autism and Developmental Disorders.
Relatos de pais e terapeutas:
Muitos autistas relatam que animais agem como "amortecedores emocionais". Temple Grandin, renomada autista e cientista, descreve em seu livro Animals in Translation (2005) como a presença de animais a ajudou a entender emoções e a acalmar-se.
Fonte: Grandin, T. (2005). Animals in Translation: Using the Mysteries of Autism to Decode Animal Behavior.
2. Melhora na Comunicação e Habilidades Sociais
Cães de terapia facilitam interações:
Pesquisa da Universidade de Queensland (Austrália, 2020) mostrou que crianças autistas que participaram de sessões com cães de terapia tiveram aumento de 30% na iniciativa de contato visual e verbalização.
Fonte: O’Haire, M. et al. (2020). Animal-Assisted Intervention for Autism Spectrum Disorder: A Systematic Literature Review. Journal of Autism and Developmental Disorders.
Exemplo prático:
A organização "Autism Dogs" (Canadá) treina cães para ajudar crianças autistas a desenvolver habilidades sociais. Os cães são ensinados a responder a comandos como "toque" (encostar a pata para interromper comportamentos repetitivos) ou "sente" (criar uma âncora durante crises).
Fonte: Site oficial da Autism Dogs Canada (https://autismdogs.com).
3. Suporte Sensorial e Regulação
Pressão profunda e estímulo tátil:
Cães de serviço treinados para autistas muitas vezes realizam DPS (Deep Pressure Stimulation) – deitam-se sobre as pernas ou colo da pessoa para aliviar ansiedade, similar a um cobertor de peso.
Fonte: Autism Service Dogs of America (ASDA) explica essa técnica em seu site (https://autismservicedogsofamerica.com).
Cavalos e equoterapia:
Um estudo da Universidade de Kentucky (EUA, 2018) mostrou que a equoterapia melhora o tônus muscular, o equilíbrio e a autorregulação emocional em autistas.
Fonte: Borgi, M. et al. (2018). Equine-Assisted Therapy for Children with Autism Spectrum Disorder: A Comprehensive Review. Frontiers in Psychology.
4. Animais como Facilitadores de Rotina
Pets ensinam responsabilidade:
A ONG "Paws for Autism" (EUA) relata que tarefas como alimentar o peixe ou limpar a caixa de areia do gato ajudam autistas a desenvolver noções de tempo e cuidado com o outro.
Fonte: Site da Paws for Autism (https://pawsforautism.org).
5. Dados sobre Preferências de Animais por Autistas
Cães vs. Gatos:
Uma pesquisa da Universidade de Lincoln (Reino Unido, 2021) entrevistou 500 famílias com autistas e descobriu que:
62% das crianças autistas preferiam gatos (por serem menos barulhentos e mais independentes).
38% preferiam cães (por causa da interação física e rotina de passeios).
Fonte: Carlisle, G. et al. (2021). The Role of Pets in the Lives of Children with Autism. Journal of Autism and Developmental Disorders.
Peixes e répteis:
Um estudo de caso da Revista Autism Research and Treatment (2022) destacou que observar peixes em um aquário reduz comportamentos de autoagressão em adolescentes autistas não verbais.
Fonte: Smith, B. et al. (2022). Aquarium Therapy as a Sensory Intervention for Autism.
6. Desafios e Cuidados
Sensibilidades:
Alguns autistas podem se sobrecarregar com latidos ou cheiros. A ASPCA (Sociedade Americana para Prevenção da Crueldade contra Animais) recomenda visitar abrigos para testar a compatibilidade antes de adotar.
Custos e Adaptações:
Cães de serviço para autistas podem custar até US$ 20 mil (nos EUA), mas há organizações que doam animais treinados para famílias de baixa renda.
Conclusão
A ciência e os relatos pessoais confirmam: animais não são apenas companheiros, mas ferramentas terapêuticas naturais para autistas. Desde um hamster até um cavalo, cada animal pode oferecer suporte único, dependendo das necessidades individuais.
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